A arte de decidir
Fundamentos, História e Estudos de Psicologia

A arte de decidir


Os trechos abaixo, que se referem à arte de decidir, foram extraídos de um artigo publicado na Revista Isto É (edição 2087/artigo155635-6). É muito interessante, .... leia:


- Todos os rumos de nossas vidas são definidos por decisões. Não passamos um dia sequer sem fazer escolhas, das mais simples, como que roupa vestir, às mais complexas. Casar ou não casar? Mudar de emprego ou não? Morar em outro país ou ficar onde está? Aguentar firme ou jogar tudo para o alto? Decidir pode influenciar não só os caminhos de quem escolhe, mas também dos que estão próximos ou dependem, de alguma maneira, daquele que deseja fazer modificações pessoais e profissionais. Não é fácil. Pode ser, inclusive, doloroso. (....). Uma das novidades mais recentes sobre a tomada de decisão vem de um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que, durante o sono, os neurônios fazem novas conexões cerebrais, estimulando a solução de problemas. (....). A pessoa encontra uma saída melhor para a dúvida se parar de pensar nela exaustivamente. Dormir é o descanso ideal para o cérebro ativar a criatividade na fase REM (sigla em inglês para o movimento rápido dos olhos). Ela acontece depois dos sonhos. Nesse período, a questão permanece na mente, mas livre de preconceitos que acabam influenciando as decisões quando estamos acordados. "Esse estudo reforça outros trabalhos", disse à ISTOÉ o psicólogo americano John M. Grohol, um dos entusiastas da tese. "Já existiam evidências de que, quanto mais pensamos sobre um assunto, pior a decisão tomada. No sono, o inconsciente trabalha sem teorias preconcebidas." (....). Mas uma boa noite de sono sozinha não faz milagres. Há obstáculos a serem vencidos para que as escolhas sejam equilibradas. Entre eles, está o medo de perder vantagens. "Os pensamentos confusos que limitam as decisões têm origem no temor de ficar sem alguma coisa", afirma a psicóloga Adriana de Araújo, especialista em hipnose e programação neurolinguística (PNL). Mas isso vai acontecer, independentemente da decisão. É o peso dos prós e contras que tornam as escolhas complicadas. (....). Nada, no entanto, é tão inimigo da tomada de decisão quanto a impulsividade. "A emoção é uma catástrofe nessas horas", diz o coach Sulivan França, presidente da Sociedade LatinoAmericana de Coaching. "Quanta gente não chuta o balde no trabalho em um momento emocionalmente tenso, vai para outra empresa e o lugar é pior?" Ele garante que 90% das vezes em que a escolha é impulsiva o resultado é o arrependimento. (....). No livro "Fontes do Poder - O Modo como as Pessoas Tomam Decisões" (Ed. Instituto Piaget), o psicólogo americano Gary Klein mostra que os profissionais próximos do perigo, como bombeiros e policiais, acabam por desconsiderar tudo o que estudaram anos a fio e seguem a intuição em momentos de pressão. Vem à tona o instinto de sobrevivência e a internalização do dever a que o indivíduo se comprometeu ao escolher o ofício. Não importa como salvar. O que importa é salvar. As outras pessoas também estão sujeitas a esse impulso, mas os profissionais treinados podem acessar instintivamente o que aprenderam, sem parar para pensar racionalmente, elevando a chance de essa decisão perigosa dar mais certo. (....)."Uma decisão difícil foi trocar uma carreira militar segura pela carreira diplomática. Mas acredito que não existe decisão isolada. A regra é estar em algum contexto. O importante é estar bem informado e avaliar possíveis desdobramentos. A emoção, o coração sempre influenciam. Mas ceder pode levar a arrependimentos. Prefiro a razão. E a intuição faz parte da razão. A intuição, mesmo que não se queira admitir, também resulta do amadurecimento." (....). A tomada de decisão acontece no córtex pré-frontal, área do cérebro responsável, entre outras coisas, por gerar crenças e testar opiniões. É a parte da razão. A lucidez que nos indica o que é coerente e quais são as consequências das nossas ações. E quem consegue decidir sem nem um pouquinho de sentimento? Ninguém, graças à amígdala, região cerebral onde ficam guardadas as memórias ligadas à emoção. A briga entre o córtex e a amígdala na hora da decisão pode ser compreendida pelos relacionamentos amorosos instáveis. Enquanto um diz "termine, você sabe que será magoado de novo", o outro insiste: "Ah, lembra daquela viagem romântica, dos momentos tão especiais?" A motivação dirá quem vence a batalha. E ela depende muito de como o indivíduo desenvolveu a necessidade de decisão da infância à vida adulta. Isso inclui aprender a empreender, ter responsabilidades, pesar vantagens e desvantagens e saber perder. O modelo de escolha saudável é reforçado pelas figuras que cercam cada um de nós. Na última semana, foi divulgada uma pesquisa da Universidade de Nova Gales, na Austrália, indicando que pessoas mal-humoradas e tristes têm melhor capacidade de julgamento. Mas não quer dizer que o sofrimento seja a chave da decisão coerente. O mesmo estudo mostrou ainda que um estado de ânimo positivo facilita a criatividade, outro fator do processo decisório. (....)."Fiz parte da equipe que cuidou do ex-governador Mario Covas durante sua luta contra o câncer. Dias antes de morrer, ele me disse que eu saberia até onde ir com o tratamento. Quando esse momento chegou, foi muito difícil. Primeiro porque, além de meu paciente, éramos muito amigos. Mas a ciência tem limites. Foi uma decisão baseada na minha experiência e na vontade dele e da família. Ele morreu no quarto, junto com familiares, como queria.
“Sou treinado para tomar decisões. Na vida de médico, elas são uma rotina. Seja qual for a circunstância, não posso errar nas minhas decisões. Mas é preciso ter competência individual para decidir. Não ajo por impulso ou movido pela emoção. Algumas vezes uso a intuição, mas sempre pautada na minha experiência. Já tomei decisões erradas. E isso me ajudou a refinar os meus critérios." (....)."A decisão mais difícil da minha vida foi deixar a iniciativa privada, meio no qual fui criado, para me dedicar à vida pública. Neste quesito decidi baseado na intuição e na razão. Intuitivamente acreditei que teria muito a fazer e a contribuir para o desenvolvimento do Amazonas. Também intuí que teria muito a aprender com as pessoas que habitam meu Estado, teria muito a aprender com a vivência que a vida pública possibilita. Racionalmente, entendi que não seria um empresário completo, que não teria a excelência necessária para ter sucesso absoluto nos negócios, porque havia em mim a paixão pela vida pública. Então, usei a razão para decidir o que minha intuição me mostrava. E deu certo." (....). O uso da razão com a intuição é o melhor método de escolha, dizem os especialistas. Ponderar é fundamental. Assim como considerar sensações baseadas na experiência. A intuição, ao contrário do que muitos imaginam, não tem nenhuma relação com crenças ou poderes paranormais. Ela é reflexo das recordações de situações vividas anteriormente. Também a observação é importante, já que algumas lembranças parecidas são negativas - e isso pode ser traiçoeiro para uma boa decisão. Em geral, todo mundo tem a chance de fazer boas escolhas. É possível, inclusive, aprender a desenvolver esse talento com cursos específicos e terapias. Mas, para chegar lá, é preciso ser honesto consigo mesmo nas avaliações mais íntimas, pesando as emoções que cada possibilidade causa. Como provam os entrevistados, uma decisão acertada se torna uma grande conquista. _________________________________________________ (palavras minhas: .... os especialistas recomendam-nos a tomarmos as nossas decisões levando em consideração a razão e a intuição. Entretanto, psicanislas recomendam que é também aconselhável uma certa atenção às respostas obtidas através dos sonhos, como também aos desejos impulsionados pela emoção. Por meio da razão, as pessoas devem analisar todas as manifestações aqui descritas, antes de tomar a decisão....)



loading...

- Ritmo Da Tecnologia é Decisivo Para Formar A Personalidade Da Geração Z
G1 / Jornal da Globo / Fábio Turci - O mundo desses jovens, nascidos em meados de 1990, sempre teve internet, e-mail, celular, e, a toda hora, aparece uma novidade. A tecnologia também molda uma geração em que a comunicação é instantânea e nem...

- Cérebro De Introvertidos Mostra Os Motivos De Seu Isolamento
Jornal do Brasil / Terra - Análises do cérebro de pessoas introvertidas podem explicar o porquê delas preferirem se isolar do convívio social, segundo estudo de pesquisadores do Instituto Salk de Ciências Biológicas, da Califórnia, Estados...

- Carl Gustav Jung
FADIMAN, James e FRAGER Robert. Carl Gustav Jung e a psicologia analítica. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição O ego é o centro da consciência; o self é o centro da psique total, incluindo tanto...

- William James
FADIMAN, James e FRAGER Robert. William James e a psicologia da consciência. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição Para James, a personalidade emerge do contínuo intercâmbio dos instintos, hábitos...

- George Kelly
FADIMAN, James e FRAGER. George Kelly e a psicologia do construto pessoal. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição A teoria do construto pessoal aborda a compreensão dos outros pela tentativa de entrar...



Fundamentos, História e Estudos de Psicologia








.