CARL ROGERS
Fundamentos, História e Estudos de Psicologia

CARL ROGERS



FADIMAN, James e FRAGER Robert. Carl Rogers e a perspectiva centrada na pessoa. In: Personalidade e Crescimento pessoal. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004, 5ª edição

A premissa básica de Rogers é a de que as realidades das pessoas são assuntos pessoais e só podem ser conhecidas pelos próprios indivíduos. P 359

Existe um campo da experiência peculiar a cada indivíduo; esse campo contém “tudo o que está acontecendo dentro do envoltório do organismo em qualquer momento e está potencialmente disponível à consciência. P 359

Nossa atenção, ainda que teoricamente aberta à qualquer experiência, se concentra em preocupações imediatas para exclusão de quase tudo o mais. Quando estamos como fome, nosso campo da experiência é completamente preenchido por pensamentos sobre comida. P 359

Da noção de fluidez, Rogers formulou a crença de que as pessoas não apenas são capazes de crescimento e desenvolvimento pessoal, mas que essa mudança positiva é uma progressão natural e esperada. O self ou conceito-de-self, então, é o entendimento que uma pessoa tem de si mesma, baseado na experiência passada, nos dados presentes e nas expectativas futuras. P 359

A self ideal é “o autoconceito que o indivíduo mais gostaria de possuir, sobre o qual atribui o maior valor para si mesmo” (Rogers, 1959, p. 200). O self ideal é um modelo pelo qual uma pessoa pode se esforçar. Como o self, ele é uma estrutura mutante, constantemente sofrendo redefinição. P 359

O self ideal pode se tornar um obstáculo para a saúde pessoal quando ele difere muito do self real. As pessoas que sofrem dessa discrepância muitas vezes não estão dispostas a ver a diferença entre ideais e atos. P 360

Rogers conclui que em cada um de nós existe um impulso natural para sermos o mais competentes e capazes que biologicamente pudermos ser. Assim como uma planta cresce para se tornar uma planta saudável, e uma semente contém de si o impulso para tornar-se uma árvore, também uma pessoa é compelida a tornar-se uma pessoa inteira, completa e auto-realizada. P 360

A suposição de que o crescimento é possível e central para o propósito do organismo, é crucial no pensamento de Rogers. P 361

Para Rogers, a tendência para a auto-realização não é simplesmente outro motivo entre muitos; ela é o impulso primordialmente motivacional. P 361

Esta, a nosso ver, é a alienação básica no homem. Ele não foi fiel a si mesmo, sua valorização organísmica natural da experiência, mas, em nome da preservação da consideração positiva dos outros, passou a falsificar alguns dos valores que experimenta e a percebê-los apenas em termos de seu valor para os outros. Contudo, essa não foi uma escolha consciente, mas um desenvolvimento natural – e trágico – no início da infância. (1959, p. 226) p 365

Rogers observou que o comportamento psicótico muitas vezes parece estar ocorrendo a partir de um aspecto anteriormente negado da experiência do indivíduo. P 365

A terapia centrada no cliente se esforça para estabelecer uma atmosfera em que as condições prejudiciais de valor possam ser postas de lado, permitindo assim que as forças de saúde, que Rogers considera naturais, retomem seu domínio original. P 365

Os relacionamentos são necessários para descobrir o self. Rogers acredita que os relacionamentos capacitam o indivíduo a diretamente descobrir, desvelar, experimentar ou confrontar seu self real. Nossas personalidades tornam-se visíveis a nós sobretudo através do relacionamento com os outros. Em terapia, em situações de encontro e nas interações diárias, o feedback dos outros nos oferece oportunidades de nos experimentarmos. P 366

Inúmeros problemas decorrem da tentativa de realizar as expectativas dos outros em vez das nossas. “Viveremos por nossas escolhas, com os entendimentos organísmicos mais profundos de que somos capazes, mas não seremos moldados pelos desejos, regras, papéis que os outros estão ansiosos a nos fazer aceitar” (1972, p. 260) p 367

Talvez eu possa descobrir e chegar mais perto do que realmente sou no mais íntimo – às vezes sentindo-me zangado ou apavorado, às vezes amoroso e afetivo, de vez em quando bonito e forte ou impetuoso e terrível – sem esconder esses sentimentos de mim mesmo. Talvez eu possa avaliar-me como a pessoa altamente variada que sou. Talvez eu possa ser mais abertamente essa pessoa. Neste caso, posso viver de acordo com meus próprios valores adquiridos por experiência, ainda que tenha consciência de todos os códigos da sociedade. Então eu posso me permitir ser toda esta complexidade de sentimentos e significado e valores com meu parceiro – ser livre o suficiente para dar o amor, a cólera e a ternura que existem em mim. Possivelmente então eu possa ser um verdadeiro integrante de uma parceria, porque estou no caminho para ser uma pessoa de verdade. P 367

Rogers considera que é melhor que as pessoas decidam o que fazer por si mesmas, com apoio dos outros, do que fazerem o que os outros decidem por elas. P 368

Uma característica final é confiar em nossos impulsos interiores e juízos intuitivos, ... p 369

“A pessoa que oferece mais esperança em nosso mundo louco de hoje, que poderia ser liquidado, é o indivíduo que está mais plenamente cônscio – mais plenamente consciente do que está acontecendo dentro de si” (Rogers, em Kirsschenbaum e Henderson, 1989, p.189) p 370

Sua abordagem baseava-se no impulso do indivíduo para o crescimento, saúde e adaptação. A terapia era um modo de libertar o cliente para retomar seu desenvolvimento normal. Ela enfatizava o sentimento mais do que o intelecto, a situação imediata de vida mais do que o passado. P
370



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